in Jornal Público, 29.05.2010 -  Por Ana Gerschenfeld
"Todos somos portadores de células cancerosas, a partir de certa idade.   Mas apenas uma pessoa em cada quatro vai morrer de cancro. Qual é o   segredo das outras três? As suas defesas naturais, afi rma o médico e   cientista francês David Servan-Schreiber. E é possível estimularmos   essas defesas naturais através do nosso estilo de vida, para prevenir ou   lutar contra o cancro.
David Servan-Schreiber tem 49 anos e formou-se em   Neuropsiquiatria pela Universidade de Pittsburgh, nos EUA. Aos 31 anos,   soube que tinha um tumor maligno no cérebro. Mas ainda cá está e diz-se   de óptima saúde. Sorte? Nada disso, explicou em duas conferências –  uma  para médicos, a outra para o público – durante o 3.º Congresso de   Medicina Antienvelhecimento, que teve lugar há uma semana, em Cascais.
A  luta de Servan-Schreiber contra a doença mortal com a qual convive há   18 anos levou-o a tentar desemaranhar o novelo dos inúmeros estudos   científicos sobre o cancro e a tentar dar-lhe sentido, para perceber o   que torna umas pessoas mais resistentes ao cancro do que outras. As suas   respostas estão no livro Anticancro – Uma nova maneira de viver,   editado em Portugal pela Caderno em 2008 e que se tornou um best-seller   mundial.
Servan-Schreiber é um divulgador espectacular e  convincente. Mas há  ainda muita coisa por demonstrar cientificamente nas  suas ideias. Até  agora, tudo o que afirma baseia-se em estudos  epidemiológicos ou em  experiências in vitro e em animais. Mas argumenta  que as mudanças de  estilo de vida que preconiza não podem fazer mal  nenhum – e que, se  funcionarem, mais vale começar a aplicá-las já do que  esperar.
Antes de escrever o livro receou que a sua abordagem  desse falsas  esperanças a outros doentes com cancro. Mas percebeu que o  que acontece  é que eles vivem numa situação de “falso desespero”, porque  sentem que  não têm qualquer controlo sobre a sua doença e a sua vida, e  decidiu  transmitir-lhes as suas “mensagens de verdadeira esperança”.  Como um  verdadeiro guru.
Você teve um cancro. Qual é a sua  história?
Eu era um jovem médico universitário, cientista,  director de um  laboratório de estudo das emoções através de imagens do  cérebro obtidas  por ressonância magnética. Tinha 31 anos e era muito  ambicioso. Num  fim de tarde, o voluntário que devia submeter-se à  experiência desse  dia faltou e decidi ser eu a entrar no scanner para o  substituir. Foi  assim que descobri que tinha um cancro do cérebro. Tive  muita sorte,  porque o tumor foi apanhado muito cedo e fui operado  bastante depressa.
Mas o cancro voltou.
Tudo correu bem  até à recaída, há dez anos, em 2000. Dessa vez foi mais  grave, porque o  tumor era maior e mais agressivo. Tive de ser  novamente operado e de  fazer quimioterapia e radioterapia.
Foram a cirurgia e os  outrostratamentos do cancro que lhe salvaram a vida das duas vezes.
Claro.  Mas foi nessa altura que pensei que provavelmente isso não seria  sufi  ciente: as estatísticas de sobrevivência a este tipo de tumores  não são  boas. E decidi ver o que eu próprio podia fazer para reforça a   capacidade de o meu corpo combater a doença.
No seu livro  Anticancro descreve uma série de regras simples de  estilo de vida que  podem ajudar a combater a proliferação cancerosa.  Quais são?
Ter  atenção ao que comemos para que, se possível, a comida que  ingerimos  três vezes ao dia contribua para fazer abrandar a  proliferação  cancerosa. Como se tomássemos pequenas doses de  medicamentos todos os  dias. Não têm qualquer efeito tóxico – antes pelo  contrário, só trazem  benefícios para a saúde.
Também é preciso manter um certo nível  de actividade física, pois isso  estimula todas as capacidades promotoras  da saúde do corpo – e em  particular o sistema imunitário e a eliminação  pelo organismo das  substâncias cancerígenas. Por outro lado, temos de  aprender a gerir  melhor o nosso stress através de métodos simples de  relaxação e de  relacionamento com os outros. E, por último, devemos  evitar ao máximo  os produtos tóxicos cancerígenos.
Ao ler o  seu livro, fi camos com a ideia de que ter um cancro para si foi quase  uma coisa boa, que melhorou a sua vida.
Sem dúvida. E muitas  pessoas que tiveram cancro dizem a mesma coisa –  que agradecem ao seu  cancro por lhes ter permitido pôr ordem na sua  vida. Isso também  acontece, aliás, às pessoas que sofreram um enfarte. É  uma grande  martelada, mas leva muitas pessoas a arrumar as suas vidas.  Mas o que  mais me espanta é que a minha saúde é muito melhor hoje do  que antes de  ter tido cancro. O meu estado de saúde é melhor aos 49  anos do que  quando tinha 28 ou 29 anos.
Afi rma que assistimos actualmente  a uma epidemia de cancro, com  maior incidência nos jovens do que no  passado. Os médicos estão cientes  disto, nomeadamente em relação ao  cancro da mama. Quais são as causas  desta epidemia?
Uma mistura  de factores alteraram completamente o nosso estilo de vida a  partir do  fim da Segunda Guerra Mundial, em particular nas sociedades  da Europa  ocidental e da América do Norte. A nossa alimentação foi  totalmente  transformada, passámos a ter muito menos actividades  físicas, as redes  sociais e de amizade foram-se degradando – e  reduzimos a nossa exposição  ao sol (e, portanto, os níveis de vitamina D  no organismo). Ao mesmo  tempo, começámos a ser expostos a produtos  químicos com uma intensidade  sem precedentes. Juntos, todos estes  factores criam um terreno propício à  progressão do cancro no corpo  humano. Não diria que provocam  forçosamente o cancro, mas criam um  terreno propício.
Fala-se  muito da predisposição genética para o cancro e fica-se com a  ideia de  que há pessoas a quem calhou um “mau” número na lotaria  genética. Um  exemplo disso são os genes BRCA1 e 2, responsáveis pela  maioria dos  cancros hereditários da mama e do ovário. Mas, na sua  opinião, o nosso  destino não fica determinado à nascença. Acha mesmo  que temos o poder de  contrariar essa lotaria?
O que nos dizem estudos recentes é que,  se as mulheres que têm mutações  nesses genes não fizerem nada de  particular, o seu risco de contrair  cancro da mama é de 80 por cento.  Mas também nos dizem que, quanto  maior a quantidade de legumes na  alimentação dessas mulheres, mais  pequeno o risco.
E isso apesar  das mutações: as participantes com mutações nesses genes  que comiam as  maiores quantidades de vegetais viram o seu risco de  cancro da mama  reduzido em 73 por cento em relação àquelas que comiam  as quantidades  mais pequenas. Cerca de 15 por cento dos cancros têm uma  componente  genética. Mas mesmo quando essa componente existe, os  factores ligados  ao estilo de vida desempenham um papel  importantíssimo, tanto para fazer  com que esses genes de cancro se  expressem como para impedir a sua  expressão.
Na alimentação, o que é que promove o cancro?
Para  além do tabaco e do álcool, em primeiro lugar o açúcar e as  farinhas  brancas. É pena, porque as farinhas brancas são muito  apetitosas. Mas no  corpo elas transformamse imediatamente em açúcar.  Depois temos os óleos  de girassol, soja, milho; a carne e os produtos  derivados de animais  criados com rações à base de soja e de milho (em  vez de pastagens). Do  lado dos contaminantes químicos, certos  pesticidas, certos produtos  químicos presentes nos perfumes e nos  cosméticos (parabenos e ftalatos),  o tetracloroetileno (o solvente da  limpeza a seco) ou o bisfenol A  (BPA), que é libertado pelos plásticos  duros quando são expostos a  alimentos ou líquidos quentes.
É uma agressão permanente...
É.  Mas isso não quer dizer que todas as pessoas que tenham bebido uma   chávena de chá aquecido no microondas numa caneca de plástico duro vão   morrer de cancro, porque existem imensos factores que podem compensar   esse efeito. Também fazem parte da equação, do equilíbrio, o facto de   ser fisicamente activo, de comer com frequência legumes anticancro, de   ter bons níveis de vitamina D no organismo e uma rede social de   qualidade. São os desequilíbrios que fazem aumentar as probabilidades de   o cancro se desenvolver.
Mas, apesar de todas estas mudanças  supostamente perigosas de dieta e  outras, a esperança de vida – e de  vida com qualidade – aumentou  nitidamente nas sociedades ocidentais.  Isso não é paradoxal?
A esperança de vida que aumentou foi a das  pessoas que nasceram antes  de 1950. A esperança de vida das crianças que  nascem hoje nos Estados  Unidos é inferior à dos seus pais. E é a  primeira vez na História da  humanidade que isso acontece.
Aquilo  a que chama alimentos “anticancro” – biológicos, em  particular –  continuam a ser mais caros do que os outros. Como comer  “anticancro”  quando se tem uma família para alimentar?
Não é totalmente  verdade que os alimentos biológicos sejam muito mais  caros. Tem mesmo  havido estudos sobre a questão. Mas, sobretudo, é  preciso passar para  uma alimentação de tipo mediterrânico, com  quantidades muito mais  pequenas de produtos de origem animal. Basta  cortar na quantidade de  carne que comemos para poupar dinheiro. Se  substituirmos a carne por  lentilhas e feijões, garanto que o orçamento  alimentar da família  diminui. E não somos obrigados a comer apenas  alimentos biológicos. É  melhor, mas não é vital. Mais vale comer  brócolos, mesmo que tenham  resíduos de pesticidas, do que não comer  brócolos nenhuns.
A  carne não é importante para o crescimento das crianças?
As  crianças vegetarianas têm um crescimento tão saudável como o das  outras.  A alimentação tem de fornecer proteínas, mas uma mistura de  feijão e de  arroz, por exemplo, fornece a mesma quantidade de proteínas  que um  bife.
Há uns anos, um grande estudo sobre suplementos de  betacaroteno  revelou-se não só decepcionante mas sugeriu mesmo que os  comprimidos de  beta-caroteno faziam aumentar a incidência de certos  cancros. Por que é  que os especialistas insistem neste tipo de estudos  se, como já  referiu, um único ingrediente não chega para combater o  cancro?
A medicina procura sempre extrair um agente activo. O que  eu tento  mostrar é que isso não faz sentido. O cancro é um  desequilíbrio entre  inúmeros factores que o promovem e inúmeros factores  susceptíveis de o  travar. Se pretendermos utilizar apenas um  ingrediente, o mais provável  é que não observemos qualquer efeito.
Isso  também vale para os ómega-3 [gorduras essenciais, contidas  nomeadamente  no peixe]? Explica que os ómega 3 são gorduras anticancro  cruciais, mas  sozinhos também não chegam?
Não, não chegam. É óbvio.
E  o que é melhor, tomar um comprimido de ómega 3 ou ir buscar o ómega 3  aos alimentos?
Ir buscá-lo aos alimentos. O peixe, por exemplo,  que contém muito ómega  3, também tem outras coisas muito úteis, como o  selénio, o iodo, para  além de ser uma boa fonte de proteína animal sem  muitos dos  inconvenientes da carne.
Considera o álcool como um  agente de cancro, mas o vinho tinto como  uma excepção. Mais vale  engolir um comprimido de resveratrol [o  ingrediente “anticancro”  responsável pelos benefícios do vinho tinto],  beber vinho tinto ou comer  uvas pretas?
Há menos resveratrol nas uvas do que no vinho  tinto, porque a  fermentação contribui para extrair o resveratrol das  uvas. É difícil  dar uma resposta, porque a vantagem dos comprimidos é  que não contêm  álcool. Mas é um facto que um pouco de vinho tinto (mesmo  pouco!)  parece contribuir para a eliminação do cancro e favorecer a  saúde em  geral. E não devemos esquecer que o vinho tinto é também  benéfico para a  saúde cardiovascular. Mas mal ultrapassamos certas  doses, verifica-se o  efeito contrário: o vinho torna-se promotor do  cancro.
Diz que as margarinas que fazem baixar o colesterol  contribuíram  para fazer aumentar não apenas a incidência do cancro, mas  também a das  doenças cardiovasculares. Não é o que costumamos ouvir.
Acontece  que podemos fazer diminuir o colesterol e ao mesmo tempo  aumentar os  riscos de doenças cardiovasculares – e é o que este tipo de  margarina  faz [contém ómega 6, uma outra gordura essencial que, em  níveis  excessivos, tem sido apontada como promotora de doenças  cardiovasculares  e de cancro].
A questão do colesterol é muito complexa, mas o  nível de colesterol é  de facto menos importante do que o equilíbrio  ómega 3/ómega 6, porque  não temos medicamentos para mudar este  equilíbrio – que depende,  portanto, unicamente da nossa dieta –, mas  temos medicamentos para  diminuir o colesterol. Fala-se muito do  colesterol e não o sufi ciente  do equilíbrio ómega 3/ómega 6.
Se  não devemos pôr nem manteiga nem margarina na nossa torrada do  pequeno-almoço, o que é que nos resta?
Azeite. É delicioso. Mas  comer pão também não é uma grande ideia.
Mesmo pão integral?
O  pão integral também não é a melhor escolha, tem de ser multicereais.  E,  mesmo assim, é muito mais aconselhável comer muesli (ou uma mistura  de  cereais e frutas) com um iogurte biológico ou de soja. Isso é que  contém  muitas coisas que vão estimular a saúde do nosso corpo, não o  pão.
Só  deveríamos comer produtos frescos?
O que é preciso evitar são os  chamados ácidos gordos trans – que são  gorduras que não ficam rançosas  e, por isso, são muito utilizadas na  indústria alimentar. Mas isso, toda  a gente o diz. E se consumirmos  conservas, é melhor escolher as que vêm  em boiões de vidro. Também  podemos comer alimentos congelados.
Diz  que os médicos continuam a transmitir aos seus doentes com  cancro uma  mensagem de “falso desespero”, ao dizerem que, em termos de  estilo de  vida, não há muito a fazer. Chegam a dizer que, para tal ou  tal cancro, o  doente pode continuar a fumar, porque isso não faz grande  diferença. É  possível mudar essa atitude “derrotista”?
É o que tento fazer.  Nas minhas conferências, falo de um estudo que  mostra uma redução de 68  por cento do risco de cancro da mama em  mulheres que aprenderam a mudar o  seu estilo de vida. Mas, mesmo quando  há um ensaio como este, ninguém  ouviu falar dele. Porquê? Porque  ninguém convida os médicos a passar  dois dias em Cascais, com todas as  suas despesas pagas, para se  inteirarem dos benefícios das frutas e dos  legumes, do jogging ou das  técnicas de relaxação. Há muito pouco  dinheiro para fazer estudos quando  não há nada que possa resultar numa  patente.
Mas é preciso ter  em conta que cada um destes elementos, isoladamente,  pesa muito pouco na  balança. Comer apenas brócolos não trava o cancro.  Fazer jogging e mais  nada não trava o cancro. É quando começamos a  juntar todas estas coisas  que obtemos resultados.
Existe uma pressão sobre os médicos  por parte dos laboratórios farmacêuticos para não falarem de alterações  do estilo de vida?
Não é preciso. Os laboratórios farmacêuticos  não têm sequer de mexer um  dedo, porque as barreiras que impedem que  isto penetre a prática  médica são muito efi cazes. Os médicos não  recebem mais dinheiro por  darem conselhos nutricionais aos seus doentes,  antes pelo contrário,  uma vez que acabam por passar mais tempo com cada  doente.
Considera-se livre do seu cancro hoje?
Não.
E  não pensa que, no fundo, teve sobretudo sorte – pelo facto de o  seu  tumor ter sido operável e de a quimioterapia e a radioterapia terem   resultado?
Eu não sou uma experiência científi ca. O que digo no  meu livro não se  baseia no sucesso ou no fracasso do meu caso pessoal – e  ainda bem. Não  possuo nenhum método garantido a 100 por cento, não sei o  que me irá  acontecer daqui a três meses ou três anos. Mas isso não  altera a  validade do que digo. Tento pôr todas as chances do meu lado,  mas em  relação ao resto não tenho qualquer controlo. Claro que  poderíamos  dizer que tive sorte: quando olhamos para as estatísticas, há  menos de  dois por cento das pessoas com a mesma doença que eu e que  estão hoje  no mesmo ponto que eu.
O que faz actualmente?
Lancei  um programa de investigação com o Centro de Estudo do Cancro MD   Anderson de Houston [Universidade do Texas], para testar a minha   abordagem através de medições biológicas. Queremos ver como é que as   mudanças de estilo de vida modifi cam a natureza do terreno do corpo,   fazendo com que as células cancerosas tenham menos hipóteses de   proliferar. E estou a trabalhar num livro de receitas de cozinha, com   indicações muito precisas em termos de alimentação. É que convém que o   resultado seja saboroso.
Dicas
Alguns ingredientes  do estilo de vida "anticancro", a consumir em simultâneo
Eliminar  açúcar e farinhas brancas, promotoras de cancros. Num  século, o consumo  per capita de açúcares refinados passou de uns quilos  por ano para 80  nos EUA, a maior parte dissimulada nos alimentos (uma  lata de  refrigerante açucarado contém 12 pacotes de açúcar). Substituir  por  farinhas integrais, arroz integral ou basmati, massa  semi-integral, pão  multicereais, lentilhas, feijão, chocolate preto,  frutos vermelhos.
Restabelecer  o equilíbrio ómega 3/ómega 6, gorduras essenciais que o  organismo só  pode ir buscar aos alimentos. No Ocidente, os óleos  alimentares  industriais e a mudança de alimentação do gado levaram a um  excesso de  ómega 6, promotor da proliferação celular e da inflamação  (que o ómega 3  inibe). Alimentos que promovem o equilíbrio: carne, ovos  e lacticínios  "bio", leite e iogurtes de soja, azeite. Alimentos ricos  em ómega 3:  óleo de linhaça, sardinhas e atum (em azeite quando são de  lata),  salmão, etc.
Consumir muita fruta e legumes evitando os  pesticidas.  Servan-Schreiber prefere fruta e legumes "bio" no caso dos  frutos  vermelhos, uvas, pepinos, aipo, espinafres, feijão-verde,  courgettes,  etc. (se não forem "bio", podem ser lavados ou descascados  para  diminuir os resíduos). Brócolos, couves, tomates, cebolas,  beringelas,  ervilhas, abacates, mangas, ameixas, etc. estão menos  contaminados.  Certos frutos e legumes poderão ter uma acção anticancro  específica (e  variável conforme o cancro). O chá verde e o vinho tinto  (um copo por  dia) também. Convém ainda banir certos produtos cosméticos,  arejar as  peças de roupa após limpeza a seco, não aquecer os alimentos  em  recipientes de plástico duro e não beber água da torneira nas zonas  de  agricultura intensiva.
Saber pedir ajuda e gerir o  stress. As redes de amizade  deterioraram-se, pelo menos nos EUA, porque a  mobilidade das pessoas  aumentou. Os doentes com cancro que têm amigos  chegados e maior apoio  psicológico parecem, segundo alguns estudos,  resistir melhor à doença. E  diversas técnicas de relaxação permitem  gerir o stress. O stress em  si, explica o médico, não é responsável pela  diminuição das defesas  imunitárias; é-o indirectamente pela maneira  como lidamos com ele. O  mais prejudicial é o sentimento de impotência,  de perda de controlo  sobre a sua própria vida.
Manter  bons níveis de vitamina D e evitar a sedentariedade. As  pessoas  trabalham muito menos no exterior, o que fez diminuir a  actividade  física e, nas regiões com pouco sol, dos níveis de vitamina D  - vitamina  que, explica Servan-Schreiber, tem uma acção anticancro.  Muitos  especialistas já aconselham andar a pé 30 minutos por dia, seis  dias por  semana. E, para compensar o défice em vitamina D, pode-se  apanhar mais  sol, tomar suplementos vitamínicos ou mesmo... engolir de  vez em quando  uma colher de óleo de fígado de bacalhau."
Fonte e Imagem: 
http://www.publico.pt/Sociedade/david-servanschreiber-a-minha-saude-e-muito-melhor-do-que-antes-de-ter-tido-cancro_1439607